Lei Griô: pelo reconhecimento do lugar político social e econômico da tradição oral no Brasil

Lei Griô

O Brasil vive um momento histórico de luta pelo reconhecimento do lugar político social e econômico da tradição oral com o movimento pela aprovação da Lei Griô na Câmara dos Deputados assinada pela Frente Parlamentar de Cultura e eleita como prioridade da Conferência Nacional de Cultura de 2010.

A Lei Griô, resultado de um movimento nacional do povo de tradição oral em parceria com o Ministério da Cultura – a Ação Griô – que envolveu mais de 750 griôs e mestres e 600 entidades de educação e cultura, tem como missão instituir uma política nacional de transmissão dos saberes e fazeres de tradição oral, em diálogo com a educação formal, para promover o fortalecimento da identidade e ancestralidade do povo brasileiro por meio do reconhecimento do lugar social político e cultural dos(as) griôs, mestres e mestras de tradição oral do Brasil.

Depois de implementada, a Lei Griô vai facilitar que os saberes das nossas tradições orais possam dialogar com os currículos das escolas públicas e universidades, sem necessariamente se tornar uma disciplina ou depender da presença destes sábios em salas de aula. A Lei Griô estabelece mecanismos para que as comunidades criem uma rede social de base que reconhece e apresenta seus Griôs e Mestres de tradição oral vinculados a griôs aprendizes e a projetos educativos em parceria com pontos de cultura, associações, conselhos de cultura, secretarias de cultura e educação para transmissão oral de seus conhecimentos aos estudantes e a comunidade, com vivências alegres, brincantes, dançantes, cantantes, plenas de práticas pedagógicas de transmissão oral, histórias, saberes e fazeres que reencantam a educação.

O saber oral das ervas das benzedeiras em interação com as ciências da flora da região; o saber das parteiras em interação com as ciências da reprodução; o saber das ladainhas da capoeira em interação com a história do Brasil são exemplos de práticas e assuntos que mudam o currículo e o reconhecimento dos estudantes e da comunidade sobre sua própria identidade e ancestralidade.

Eu apoio a identidade e a história da Lei Griô como movimento legítimo da sociedade civil organizada e demanda política protagonizada pelo povo de tradição oral representada pela comissão nacional dos griôs e mestres.

Fonte: Texto sugerido no site de apoio à Lei Griô nacional.